BNP Paribas focado em empresas tecnológicas para além das Big Tech

Estes dois últimos anos mostraram-nos a dificuldade em prever o mercado de ações, pois a sua estabilidade nunca pode ser tida como garantida. O mundo atravessa um período de grande incerteza, sobretudo no que toca aos mercados e às transformações económicas a que diz respeito. É bem provável que estejamos a viver um período de transição histórica evidenciado pelo rápido crescimento e desenvolvimento da revolução tecnológica e digital.

Desta forma, apesar de toda a incerteza, é difícil questionar o crescimento das empresas tecnológicas, sobretudo das big tech, como a Google e a Amazon – que têm batido recordes na cotação das suas ações.

Porém, a oportunidade de obter grandes rendimentos com tais ações já não é a mesma do que há uns anos atrás, em que tais empresas não tinham a sua atual valorização no mercado de capitais.

No entanto, isso não descarta o investimento no setor tecnológico. É o que considera Caio Mercadante, Head of Investment Division & Wealth Management Chief Strategist no BNP Paribas Brasil, em entrevista à CNN Brasil.

“Temos ações de tecnologia no portfólio, mas não são as tradicionais. São de empresas de tecnologia ligada à saúde, inteligência artificial e big data“, afirma Caio Mercadante. “O S&P 500 subiu devido às big techs. Está na hora de fazer uma rotação de carteira, em busca de novidades.”

Na entrevista, também afirmou ver “muito potencial nas small caps (empresas de pequena capitalização) que estão diretamente relacionadas aos novos padrões de consumo”, em particular nas empresas que fornecem produtos de consumo saudável ou serviços ligados à saúde físico-mental.

A equipa de Wealth Management do BNP Paribas Brasil conduziu um estudo para estruturar e encontrar as novas oportunidades de investimento, no qual também concluíram que, tendo sempre e m conta a importância da diversificação de ativos no portfólio dos investidores, se deve dar especial atenção às ações de empresas que estarão ligadas ao “ciclo inicial” da recuperação econômica mundial – falamos de empresas relacionadas com a construção civil, mineração, materiais, utilities, e produtos cíclicos. 

Empresas ligadas, portanto, ao setor das matérias-primas, da construção de infra-estruturas. A este respeito, segundo Mercadante, “o crescimento da China vai ser o motor das commodities”.

Outro setor que tem atraído a atenção do banco é o imobiliário, em particular as empresas e fundos de gestão de shoppings, sobretudo tendo em conta a gradual retoma das atividades económicas e das liberdades de circulação, o que implicará que as pessoas poderão frequentar com mais liberdade e regularidade os centros comerciais.

Contudo, para o Head of Investment Division do BNP Paribas Brasil, “é importante mencionar que o e-commerce veio para ficar” e que, de alguma forma, “os shoppings vão ter de se reinventar”. Prevê que os centros comerciais, possivelmente, “se tornarão uma espécie de showroom, com os consumidores indo ao local para testar os produtos que vão comprar pela internet”. Acrescenta, no entanto, que “isso vai trazer uma nova receita para os shoppings: se as marcas quiserem ficar mais próximas à entrada das lojas terão de pagar pelo espaço.”

Autor: Pedro Pereira da Silva

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