A Bitcoin chegou, na passada sexta-feira, a mergulhar 4,9% até aos 41 mil dólares, caindo assim para um nível que já não era visto desde setembro do ano passado.
O mergulho da bitcoin tem arrastado as criptomoedas com maior market cap. Durante a manhã desta sexta-feira, a ethereum caiu 9%, registrando um novo mínimo desde setembro. Na última semana, a segunda moeda com mais capitalização de mercado tombou quase 15%.
Os analistas acreditam que o incentivo às quedas recentes das principais criptomoedas, deve-se à divulgação da Reserva Federal norte-americana (Fed), que indicam a possibilidade de uma subida antecipada das taxas de juro e a redução do balanço da Fed.
“A intenção da Fed de reduzir o balanço, já no primeiro trimestre de 2022 é o principal motivo, para este sell-off”, explicam os analistas da Fundstrat, numa nota publicada esta quinta-feira.
“O principal desafio será a normalização das taxas de juro, por parte da Fed e de outros bancos centrais, o que poderá motivar os investidores a virarem-se para outros ativos, o segundo maior desafio será a regulação, que se se concretizar em 2022, poderá limitar o crescimento deste mercado”, explicou o analista Jeffrey Halley.
Os acontecimentos políticos no Cazaquistão também suscitaram preocupações sobre a capacidade da blockchain.
O enorme país da Ásia Central foi atingido por agitação política esta semana, quando os cidadãos saíram às ruas para protestar contra o aumento dos preços dos combustíveis. Em resposta aos desacatos, o governo cortou o acesso à internet a grande parte da população.
O Cazaquistão possui cerca de um quinto da capacidade de mineração mundial de Bitcoin – o processo pelo qual as transações são verificadas e novas “moedas” criadas – devido, muito provavelmente, à energia barata presente no país. E o encerramento da Internet no início desta semana parece ter atingido o poder de processamento de toda a network da Bitcoin.
Autor: Pedro Mirão