Bancos chineses registam um recorde de 1 bilião de dólares em divisas

Os bancos chineses registam um recorde no que toca a reservas de depósito de moeda estrangeira em 1 bilião de dólares. Com estas condições, Pequim tem maior liberdade para permitir uma maior liberdade para o capital circular para fora do país. 

À medida que a pandemia foi evoluindo, a procura por produtos e serviços chineses foi aumentando, gradualmente, levando ao aumento da reserva de moeda estrangeira. Com o fortalecimento da sua economia e da sua moeda veio despertar o interesse de investidores estrangeiros a vender dólares por yuans para comprar ações e obrigações das empresas chinesas. Devido a este cenário, os depósitos bancários em moeda estrangeira aumentaram 260 mil milhões de dólares num ano.

Apesar deste efeito “positivo” na economia chinesa, há um pequeno senão, isto é, os bancos chineses não têm muitos canais para poder aplicar estas divisas estrangeiras. Assim sendo, uma das formas poderá ser a venda das moedas estrangeiras no seu próprio país, fazendo aumentar a pressão sobre a valorização excessiva do yuan. Ainda para mais, nos últimos cinco anos, o yuan tem estado muito forte em comparação com moedas equiparáveis. Cresce, assim, a urgência para Pequim em reformar o seu mercado cambial e facilitar os controlos de capital, movimentos que poderão facilitar a pressão, permitindo aos investidores locais comprarem mais ativos no estrageiro. 

De acordo com os registos do Banco Popular da China (PBOC), os credores chineses tinham cerca de 1,38 biliões de dólares em moeda estrangeira no final de maio, sendo a maioria alocada a depósitos. Os bancos utilizaram a maior parte do dinheiro para fazer empréstimos dentro do próprio país, como para fora. No que diz respeito às reservas externas do PBOC, estas também subiram para um máximo em 5 anos no mês de maio.

Fonte: Bloomberg

A acumulação de divisas resultou de uma rápida entrada de capitais na economia chinesa porque os investidores estrangeiros adquiriram 1 trilião de yuan em obrigações onshore em 2020, atraídos pelos possíveis rendimentos relativos à elevada dívida em yuan. Ao mesmo tempo, as exportações da China aumentaram à medida que as suas fábricas voltavam a funcionar, enquanto que o resto do mundo ainda estava a experienciar as consequências trazidas pela Covid-19, elevando, desta forma, o seu excedente comercial a um recorde máximo.

Com todo este influxo que tem ocorrido, as taxas de depósitos em dólares na China têm descido para níveis extremamente baixos. Com este desenrolar, os bancos chineses estão a comprar o yuan em relação ao dólar, uma situação que preocupa Pequim, uma vez que a moeda pode tornar-se demasiado forte, influenciando cada vez mais a entrada de moeda estrangeira por troca de yuan, prejudicando as exportações chinesas.

O PBOC está a tentar arranjar uma solução para o problema, tentando reduzir a liquidez do dólar, incluindo a flexibilização dos controlos de capital criados na sequência de uma desvalorização cambial há seis anos. O banco central já implementou uma subida da quota para os investidores comprarem ativos no estrangeiro, que ultrapassou o recorde em junho. Assim, espera-se que esta medida estabeleça uma ligação comercial para produtos financeiros entre o continente e Hong Kong.

Autor: João Melo

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