O Banco Central Europeu (BCE) já havia deixado o aviso. Agora, passa à prática e, a partir de março, avançará com uma redução de 15 mil milhões de euros de compra de dívida. Os Estados-membros vão, portanto, ser afetados.
Redução em 15 mil milhões de euros
“Em causa, está a redução do balanço do BCE, que, a partir de março de 2023, vai reduzir o seu balanço em 15 mil milhões de euros, por mês. E a quota parte da dívida pública portuguesa, que representa cerca de 1,92% do balanço do BCE, corresponde a cerca de 235 milhões de euros por mês.”, indica uma analista de mercado.
A medida tinha sido tomada pelo BCE, decorrente da pandemia de Covid-19. O BCE decidiu comprar ativos mensais de dívida pública e de dívida de empresas. A ideia foi suportar o acesso ao mercado, e garantir que não perdiam financiamento. Mas, à medida que a inflação aumenta, tendo esta superado os 10%, a necessidade de apoio diminui, pelo que o BCE decidiu alterar a sua tática.
Taxas de juro mais baixas no futuro
Como consequência, as taxas de juro, futuramente, irão ser mais baixas. Deste modo, tanto as famílias como as empresas e os governos vão ter de se habituar a esta normalização de juros. No fundo, é um custo que vai estar presente em todos nós.
Portugal vai ter de encontrar novos compradores, que podem passar por fundos de pensões ou fundos de investimento. Não deverá ser difícil encontrá-los, uma vez que as taxas de juro portuguesas subiram, e são atrativas.
“Para além de que o ranking português também melhorou nos últimos anos. E daí ser muito importante o controlo do défice, que é isso que dá confiança aos novos investidores.”
O maior problema estará colocado a partir de junho. Em vez de 15 mil milhões, Christine Lagarde, presidente do BCE, deixou o valor em aberto para um montante bastante superior. Assim, os analistas dizem que a segunda metade do ano vai ser mais desafiante para países como Portugal.
Diogo Martins, 19 anos, natural de Leiria, estuda Filosofia, Política e Economia, na Faculdade de Ciências Humanas, na UCP. Membro da associação de estudantes, o seu desejo de conhecer mais sobre o mundo económico e financeiro, bem como a vontade de aumentar a literacia destas áreas, em Portugal, levou-o a aceitar o desafio de se tornar embaixador da MeuCapital, em maio de 2022.
