É evidente a importância das taxas de juro de referência para empréstimos, anunciadas pelos bancos centrais, na medida em que estas são instrumentos de política monetária cruciais para o comportamento e desenvolvimento de uma economia. Tais medidas têm o poder de impulsionar o consumo e investimento de todos os agentes económicos.
Neste caso, o Banco Central da China ou Banco Popular da China (PBC) desfruta de autonomia completa em relação à aplicação de instrumentos monetários. Entre outras liberdades, tal significa que o banco determina quais as taxas a aplicar pelos bancos comerciais, sendo assim o tutor máximo que exerce influência nas taxas de juros a cobrar no mercado por empréstimos e hipotecas, como também na remuneração de juros em contas de poupança.
No início desta semana (segunda-feira dia 21 de novembro de 2022), o Banco Popular da China (PBC) anunciou que manteve a taxa de referência para empréstimos este mês a 3,65%, numa altura em que o yuan/yen (¥) continua sob pressão de venda e o crescimento económico continua a abrandar.
Na atualização mensal, a instituição indicou que a taxa de referência para empréstimos irá manter-se até, pelo menos, daqui a um mês.
O indicador, estabelecido como referência para as taxas de juros em 2019, é usado para definir o preço dos novos empréstimos (LPR, terminologia em inglês) – geralmente para as empresas – e do crédito com juros variáveis, que está pendente de reembolso.
O cálculo é realizado com base nas contribuições para os preços de uma série de bancos – incluindo os pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais elevados e maior exposição a créditos mal parados – e visa reduzir os custos do crédito e apoiar a “economia real”.
A LPR a cinco anos ou mais – a referência para o crédito à habitação – também não se alterou, mantendo-se nos 4,3%, depois de ter sofrido também o último corte em agosto, de 15 pontos base (0,15 pontos percentuais). Esta manutenção das LPRs já seria esperada, uma vez que o banco central chinês recentemente decidiu não ajustar o juro da sua linha de crédito de médio prazo.
O banco central confirmou assim as previsões dos analistas, que anteciparam que, assim como em outubro, não haveria alterações nas principais taxas de juros da China este mês.