Há 13 anos atrás, Charlie Munger aconselhou Buffett a fazer um investimento de 232 milhões de dólares numa empresa de automóveis chinesa relativamente desconhecida chamada BYD.
Munger ficou encantado com a visão do fundador da BYD, Wang Chuanfu, um químico que se tornou empresário e construiu um dos maiores fabricantes mundiais de baterias de telemóveis recarregáveis, antes de transicionar para o setor dos automóveis. Desde que investiu na fabricante chinesa de carros elétricos, as ações já subiram mais de 3000%. Só neste primeiro trimestre do ano, a empresa anunciou lucros entre 200 milhões de yuans (30,5 milhões de dólares) e 300 milhões de yuans (45,7 milhões de dólares).
Contudo, nem tudo é positivo, e o recente aumento do custo dos materiais para as baterias é algo que pode afetar a rentabilidade da empresa, pelo menos no curto prazo. Segundo a Goldman Sachs, os preços das baterias poderão subir em cerca de 18%. Graças a isso, as projeções de lucro para a empresa têm sido reduzidas.
Os analistas do Credit Suisse atribuíram esta queda nas projeções de lucro não só ao aumento dos preços das matérias-primas para baterias, mas também à fraqueza sazonal nas vendas de automóveis e à redução dos subsídios do governo.
Embora tenham sido os novos modelos de veículos elétricos a impulsionar estes lucros, os analistas não estão preocupados e apontam que os resultados obtidos, apesar de estarem na extremidade inferior, estão dentro daquilo que era estimado. Assim, muitos continuam a ter plena confiança no crescimento da empresa e no seu sucesso, como é o caso da Nomura Holdings, que mantém o seu price target de 300 dólares (de Hong Kong) para cada ação da BYD (que se encontra, atualmente, em cerca de 175 dólares).
Autor: Afonso Silva