O último “What Worries the World”, inquérito realizado pela Ipsos, revela que a Inflação continua a ser a principal de muitas preocupações, pelo quinto mês consecutivo.
A empresa de estudos de mercado publica mensalmente um relatório no qual divulga as principais preocupações da população mundial. Este inquérito é feito em 28 países e conta com dados relativos aos últimos 10 anos.
A Ipsos é, atualmente, a terceira maior empresa de estudos de mercado do mundo, atuando em 90 mercados.
No último relatório, relativo ao mês de agosto, a Ipsos revela as 6 principais preocupações globais:
1. Inflação;
2. Pobreza e desigualdade;
3. Desemprego;
4. Crime e violência;
5. Corrupção;
6. Covid-19.
O alarme relativo à inflação tem vindo a crescer, segundo a Ipsos, desde 2020, tendo assumido a liderança em maio deste ano. De facto, 11 países declaram o fenómeno como a principal preocupação atualmente. A inflação é a preocupação número um em países como a Argentina, Austrália, Canadá, França, Alemanha, Polónia, Arábia Saudita, entre outros.
Este parece ser um problema que preocupa não só a população como os líderes mundiais, que têm vindo a tomar medidas nos últimos meses. Em Portugal, o governo anunciou esta semana um pacote de medidas de apoio à população de forma a fazer frente às dificuldades criadas pela inflação.
Após o seu auge em fevereiro de 2021, a preocupação com o Covid-19 tem vindo a decrescer, ocupando, no último inquérito, o sexto lugar.
As alterações climáticas são a sétima preocupação a nível global. Os recentes fenómenos climatéricos ocorridos em França, Espanha, Alemanha e Inglaterra causaram um grande aumento na preocupação dos respetivos habitantes no que toca a este assunto. A Austrália é o país que apresenta maiores preocupações relativamente às alterações climáticas.
O confronto militar entre países é apontado como a principal preocupação por um em cada dez indivíduos, ocupando o 12º lugar. Os países que apresentam maior preocupação relativamente a este tópico são a Polónia, a Alemanha e o Japão.
Num contexto mais geral, o estudo mostra que 2 em cada 3 pessoas (65%) acredita que o seu país está na direção errada, indicador que se tem mostrado relativamente constante no último ano. O país mais otimista é a Arábia Saudita, no qual apenas 8% pensa que o país está a caminhar na direção errada. No lado oposto está a Argentina, com 91% dos indivíduos a declarar que o país está na direção errada.
Ana Rita Maia e Moura, 23 anos, mestre em Economia pela Universidade Nova de Lisboa, Nova SBE. Integra a equipa de escritores do Daily Meu Capital desde Setembro de 2021, onde escreve artigos centrados na economia portuguesa e europeia e na sustentabilidade.