O mercado dos Non-Fungible Tokens foi um dos que apresentou o maior crescimento em 2020, aumentando cerca de 2.800% em comparação com o ano anterior, sendo, atualmente, segundo dados recolhidos pela Forbes, responsável por um volume de vendas de cerca de 8,2 milhões de euros semanais.
Mas afinal, o que são NFTs? Estes tokens podem ser descritos como ativos digitais únicos, como jpegs ou videoclipes, representados em código na Blockchain da Ethereum, e transacionados em criptomoedas como a Ether, podendo ser adquiridos ou vendidos tal e qual como ativos tangíveis, sendo que a propriedade e validade de cada transação é assegurada pela própria Blockchain.
Comprovado o potencial deste mercado e com os preços destas obras cada vez mais elevados, diversos artistas e criadores digitais têm aproveitado para lucrar com este crescimento. Um destes exemplos é Blake Jamieson, um artista norte-americano que fez mais de 46.000 dólares com a venda de NFTs em 6 semanas, entre 1 de fevereiro e meio de março, vendendo-os em plataformas digitais, como a SuperRare, na qual vendeu 19 NFTs a um preço médio de 2.336 dólares, ou a OpenSea, onde vendeu o seu quadro de Lebron James por 6.500 dólares.
Blake é conhecido, sobretudo, pelas suas obras vibrantes, representando desde retratos desportistas até desenhos abstratos, e tem como principais clientes atletas profissionais, como CJ Anderson, da NFL. Em 2020, fez cerca de 800.000 dólares, resultantes de uma colaboração com a empresa Topps, para a recriação de cromos de basebol icónicos, num projeto chamado Project 2020. Atualmente, continua a trabalhar com esta empresa num projeto semelhante, sendo que a venda de NFTs constitui uma fonte adicional de receita.
Apesar de continuar a lucrar mais com a sua arte física, o artista, em entrevista à CNBC, afirma que está entusiasmado com o potencial do mercado dos NFTs, sendo que a caraterística que mais destaca é a transparência proporcionada pela Blockchain, pois, por via da encriptação, “existe uma escassez comprovada, enquanto que, com outras obras, se podia dizer que só há 10 unidades quando na realidade existem 50, e não saberias a realidade. Mas com um NFTs não irias saber”.
Serão, então, os NFTs, o futuro do mercado da arte? Blake Jamieson acredita que sim, referindo que, “ainda estamos na ponta do Iceberg daquilo que é possível fazer” e acredita que os NFTs vieram para ficar, pelo que será importante que os intervenientes no mercado da arte não os ignorem e se adaptem às novas tendências e tecnologias.
Autor: João Rodrigues