O multimilionário da Victoria’s Secret, Les Wexner, está prestes a vender 1,2 mil milhões de dólares americanos em ações da empresa este ano, ao mesmo tempo que se retira do negócio da lingerie.
Wexner deixou o cargo de CEO da L Brands ($LB), empresa mãe da Victoria’s Secret, em fevereiro de 2020 e o seu conselho administrativo no mês de março do mesmo ano. Desde então, Wexner tem vendido uma quantidade avultada de ações, tendo a sua venda mais recente amontoado para 745 milhões de dólares.
Antes de se aposentar, Wexner era considerado o CEO mais antigo de qualquer empresa listada na Fortune 500, tendo fundado a L Brands em 1963 e adquirido a Victoria’s Secret em 1982.
Muitos consideram o empresário como sendo responsável pela transformação da marca de lingerie numa potência global. Porém, perto do final do seu mandato, os investidores começaram a criticar a liderança de Wexner, à medida que as vendas diminuíam e a imagem da marca se desatualizava.
Para além disso, a sua reputação sofreu bastante com o escândalo de Jeffrey Epstein, empresário financeiro que foi detido em julho de 2019 sob a acusação de tráfico humano e abuso sexual de menores. Epstein teria desenvolvido um círculo social de elite da qual Wexner fazia parte há já várias décadas. Epstein também chegou a deter controlo sobre as finanças do CEO da L Brands, criando assim uma situação de escrutínio intenso.
Em relação ao sucedido, Wexner comentou que “Há sempre uma altura nas nossas vidas em que somos traídos por amigos” e “Ser usado por alguém tão ‘doente’, tão astuto, tão depravado, é algo que me envergonha de estar perto sequer”, acrescentou.
Wexner e a sua esposa Abigail estão entre os maiores acionistas da empresa. Segundo a Bloomberg, esta última venda deixa o casal com cerca de 10% de participação na empresa. A Victoria’s Secret está atualmente numa fase de grandes mudanças sob nova liderança.
Autora: Leonor Ramos