Análise de risco da Banca perante a concessão de crédito a empresas

Uma economia com capacidade de produção e investimento dá origem a um conjunto de setores económicos competitivos entre si. Em termos externos, uma atividade económica compacta expressa-se como um país com autonomia para realizar exportações em larga escala e com possibilidade de reduzir as suas importações a níveis mínimos, de forma a manter o equilíbrio da sua balança comercial.

Manutenção e alavancagem da competitividade da economia nacional

A Banca, por sua vez, tem um papel imperativo na manutenção e alavancagem da competitividade na economia nacional. Um setor bancário com liquidez e capacidade de conceder crédito sem pôr em risco a sua dívida, impacta positivamente a sociedade empresarial num todo. As relações entre os vários agentes económicas tornam-se cada vez mais complexas e existe possibilidade de elevar esses padrões nacionais para as economias internacionais, com a expansão de várias organizações para critérios como a sua cotação em bolsa de valores.

Processo de perceção de projeto importante

Para a Banca poder financiar e prestar o seu contributo junto das empresas, surge um processo de perceção de projeto importante. Após a requisição de um empréstimo por parte de uma organização, as várias entidades do setor bancário tentam perceber quais são as ideias de negócio dos empreendedores, juntamente com a sua abordagem de mercado em questão. Sabendo que a banca portuguesa não é uma banca de investimento, o modelo clássico deve estar bem estruturado e isso é uma preocupação do Banco de Portugal em relação à competitividade da sua economia, política monetária existente, dívida publica em relação à % do PIB e entre outras avaliações apresentadas pelo BdP.

Através destes moldes, a apresentação de uma ideia estruturada e com potencial de crescimento é crucial para que novas start-ups possam nascer com financiamento obtidos junto dos bancos nacionais, embora esta não seja a trajetória mais clara e daí a importância dos eventos de fund raizing, que podem sustentar ideias inovadoras através da elevada capacidade de alocar capital existente nestes ambientes.

Desta feita, é assumível que empresas/start-ups sem mais valias patrimoniais e capital social inicial não obtêm qualquer montante junto da banca. As garantias de projeto são um método que os bancos valorizam na altura de conceder crédito e o valor patrimonial, bem como um business plan capacitado, são valores importantes que o setor tem em conta para emprestar dinheiro. A noção dos gastos a efetuar, taxas de crescimento anuais, custos de produção fixos e variáveis e o EBITDA esperado são rúbricas necessárias para obter fundos junto de uma banca clássica, que presta bastante detalhe aos indicadores financeiros.

5 indicadores fundamentais para a Análise de Risco de Crédito por parte da Banca

  1. Rácios. Os rácios são elementares para perceber a capacidade de endividamento da empresa e/ou possibilidade de endividamento em relação ao capital próprio das organizações. Por exemplo, caso a dívida bancária seja superior ao capital próprio de uma empresa, a concessão de crédito está totalmente excluída.
  2. EBITDA (Earnings before Interest, Taxes, Depreciations and Amortizations). O EBITDA esperado e/ou obtido é o espelho das contas de qualquer empresa. A capacidade da organização em conseguir suportar os seus custos de produção e balancear os seus lucros em função disso, é o que o banco realmente pretende perceber antes de emprestar capital. O valor do EBITA deve ser assim notavelmente superior à divida bancária que a empresa pode apresentar.
  3. A dívida bancária deve ser inferior a 40/50% do Volume de Negócios da empresa em questão. Investimentos com menos de 25% de capital próprio não são ilegíveis e daí a dificuldade de financiamentos por parte de novas start-ups.
  1. Share of Wallet. A SOW é um critério de avaliação que mede o montante regularmente gasto pelo consumidor numa determinada marca ou produto. As organizações fazem crescer esta métrica através dos diversos produtos que introduzem no mercado sabendo que existe mais facilidade em realizar mais vendas a clientes já existentes do que a novos consumidores. Esta capacidade de introduzir novos bens no mercado, demonstra a sua quota de mercado e diminuí consideravelmente a exposição da empresa a moras e a possibilidade de dívida por parte do banco de acordo com o empréstimo concedido.
  2. Autonomia Financeira. Capitalizar uma empresa pode ser benéfico para a sua atividade e para a sua saúde financeira, mas também acarreta custos. Por esse motivo, é necessário avaliar as vantagens e os custos de aumentar os capitais, próprios ou alheios, da empresa. Esta decisão tem impacto nos rácios de estrutura financeira, dos quais a autonomia financeira faz parte. A autonomia financeira corresponde ao rácio entre o capital próprio e o ativo e reflete a proporção dos ativos de uma empresa ou de um setor que são financiados por capitais próprios (por exemplo através de capital social, reservas, resultados transitados ou do resultado líquido do período). Exemplificando, maiores níveis de autonomia sugerem maior solidez financeira e menor dependência de recursos alheios. Contudo, uma elevada autonomia financeira pode limitar a rendibilidade da empresa. Assim, a banca procura analisar este indicador em conjunto com outros que permitam caracterizar a empresa ou o setor, como é o caso da idade das empresas, tipo de atividade desenvolvida e classe de dimensão em que se inserem, e enquadrado na estratégia de gestão adotada pela entidade.

Estes são os elementos basilares utilizados pelas instituições bancárias para analisar as contas das empresas que requisitam planos de crédito. O setor empresarial encontra-se cada vez mais denso e a relação entre o nascimento e falecimento de uma empresa, em Portugal, não é muito saudável. A banca, como sendo um setor de carácter modesto, pretende evitar possíveis reações a imparidades e por isso a importância destes elementos bem como outras rúbricas que constam nas demonstrações de resultados como os ativos (património da empresa), dependência dos seus fornecedores para pagamentos de custos operacionais (relação entre prazo médio de pagamento e prazo médio de recebimento), estrutura de capitais sociais, incidentes registados no Banco de Portugal e entre outros fatores de carácter não menos importante.

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