De acordo com o mais recente relatório de emprego dos Estados Unidos, referente a maio deste ano, a taxa de desemprego continua bastante elevada, contabilizando-se cerca de 9,3 milhões de desempregados. Simultaneamente, regista-se uma crise no que toca à escassez de mão de obra, numa altura em que existem menos 3,5 milhões de trabalhadores do que no período homólogo do ano passado.
Ainda que estas situações pareçam contraditórias, os especialistas consideram que podem existir várias razões que tenham originado o cenário que se verifica atualmente.
Erica Groshen, economista na Universidade de Cornell, nos EUA, e antiga comissária da Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos EUA durante a presidência de Barack Obama, afirma que “a fonte mais vocal de especulação para a escassez de mão de obra é que os benefícios de desemprego atribuídos semanalmente estão a influenciar muitas pessoas a ficar em casa e não ingressar no mercado de trabalho”. Erica Groshen reforça ainda o seu ponto de vista, afirmando: “considero essa razão demasiado simplista e não explica a situação por completo”.
Os especialistas apontam ainda para uma série de outros fatores que também podem estar relacionados com o presente impedimento do retorno dos trabalhadores à força de trabalho. Alguns dos motivos especulados prendem-se com a atual pandemia global, apontando algumas razões como o risco contínuo de contração do vírus COVID-19, necessidade de permanência em casa para fornecer cuidados infantis (devido à escassez de estabelecimentos de creche em funcionamento), complicações de saúde em pessoas que tenham contraído a doença, reavaliações de carreira, entre outros.
Independentemente das principais causas, economistas defendem que o problema necessita de ser resolvido rapidamente, de modo a mitigar potenciais impactos negativos na economia do país. A solução que tem registado maior sucesso é o aumento salarial dos trabalhadores, de modo a atrair mão de obra. Esta medida já foi implementada por várias grandes empresas americanas em diversos setores, designadamente a McDonald ‘s ($MCD) e a Amazon ($AMZN).
Autor: Diogo Neves