Alphabet, Microsoft, Meta, Amazon e Apple: O que esperar dos resultados das gigantes americanas?

As consideradas “gigantes americanas” preparam-se para divulgar os seus resultados financeiros relativamente ao terceiro trimestre de 2022, na semana que começa a 24 de outubro, com os investidores particularmente atentos em como a situação económica atual afetará as receitas das empresas. Fatores como o enfraquecimento da economia, o aumento das taxas de juro, a elevada inflação e a valorização do dólar deverão afetar os resultados.

  • Alphabet ($GOOGL); 25 de outubro, 21h05m

A Alphabet será afetada pela diminuição da procura por publicidade online por parte das empresas, mas graças ao seu domínio das procuras online e à popularidade do Youtube, a empresa deverá ser mais resiliente que as suas concorrentes. As receitas da publicidade online deverão mesmo aumentar cerca de 7%, graças ao crescimento do Youtube (+4,3%) e dos ramos de Search (+8,5%) e Network (+5%).

A impulsionar o crescimento das receitas, estará o ramo da Cloud, cujas receitas deverão aumentar 33%. No entanto, a “Google Cloud” continua a operar no vermelho, com os analistas a preverem que gere um lucro operacional negativo na ordem dos 650 milhões de dólares este trimestre, enquanto que os maiores rivais da Alphabet esperam que os seus lucros sejam impulsionados pelos seus serviços de computação em nuvem.

Com o aumento de custos a diminuir as margens da Alphabet, é esperado que os resultados da empresa diminuam pelo segundo trimestre consecutivo (apesar de serem superiores aos registados no mesmo trimestre do ano passado). A margem de lucro deverá situar-se nos 28% este trimestre, mas no mesmo período em 2021 eram 32%.

Os custos continuam a aumentar a um ritmo superior às vendas, pelo que os analistas esperam que as despesas operacionais deverão aumentar 18% versus o ano passado, para os 51,9 mil milhões este trimestre. 

Com um menor crescimento e margens mais apertadas, a divisão de publicidade da Alphabet deverá registar uma diminuição do lucro operacional na ordem dos 3,2%.

Segundo os analistas, a Alphabet deverá registar um crescimento das receitas comparativamente ao terceiro trimestre de 2021 a rondar os 9,1%, para os 71,06 mil milhões de dólares. No entanto, os analistas preveem que os ganhos por ação deverão cair 3,2%, para os 1,26 dólares por ação.

  • Microsoft ($MSFT); 25 de outubro, 21h05m

A Microsoft fornece uma variedade de produtos e serviços fundamentais para empresas, como serviços de cloud e de software, o que deverá beneficiar a empresa este trimestre visto que a procura por produtos empresariais não deverá ser tão afetada pelas condições económicas atuais, como a procura por parte dos consumidores será.

Esta situação é reforçada pelo facto de ser previsto que as receitas geradas pelo ramo dos computadores pessoais, direcionado ao consumidor geral, diminuam, sendo esperado que as receitas provenientes de serviços e produtos fornecidos a empresas cresçam de forma acentuada.

A divisão “More Personal Computing”, cujas receitas provêm das consolas Xbox, dos computadores Surface, do sistema operativo Windows e das pesquisas e anúncios, deverá registar uma diminuição do lucro operacional na ordem dos 17% este trimestre, para os 3,5 mil milhões de dólares. Este é o resultado da diminuição da procura por produtos eletrónicos e do fim do boom da procura por produtos para trabalho remoto.

A divisão “Productivity & Business Processes”, responsável pelos softwares Office e Dynamic, bem como pela rede social LinkedIn, deverá registar um crescimento do lucro operacional na ordem dos 5,2%, para os 8 mil milhões de dólares este trimestre. Os softwares continuam a ser fundamentais tanto para indivíduos como para empresas, pelo que a procura por estes serviços deve permanecer elevada e não ser muito afetada por uma situação económica desfavorável.

A divisão “Intelligent Cloud” continua a ser a principal responsável pelo crescimento tanto das receitas como do lucro operacional da Microsoft. O lucro operacional da divisão deverá crescer 21% este trimestre para os 9,1 mil milhões de dólares. O serviço de computação em nuvem Azure deverá registar um aumento das receitas na ordem dos 43% (em termos de moeda constante).

No entanto, é esperado que a Microsoft registe o menor crescimento anual de receitas desde 2017. Os analistas esperam que as receitas da empresa cresçam 9,8% para os 49,75 mil milhões de dólares e que os ganhos por ação cresçam 2,2%, para os 2,31 dólares por ação. No entanto, como mais de metade das receitas da empresa têm origem fora dos Estados Unidos, a valorização do dólar terá um impacto significativo nas receitas, que a empresa estimava que crescessem 15% caso o dólar tivesse mantido um valor constante.

  • Meta ($META); 26 de outubro, 21h05m

A Meta enfrenta diversos problemas que afetarão as receitas da empresa neste terceiro trimestre. O número de utilizadores das redes sociais detidas pela empresa, nomeadamente o Facebook e o Instagram, tem vindo a diminuir ao longo do tempo, e a crescente inflação que deverá ter um impacto negativo na despesa das empresas em publicidade. A empresa foi também bastante afetada pelas mudanças nas definições de privacidade do IOS 16 da Apple, o que causou um aumento nos custos da segmentação de anúncios. No segundo trimestre deste ano as receitas provenientes de publicidade totalizaram 99,2% das receitas totais da empresa.

A grande aposta da Meta, a iniciativa Reality Labs, que se foca em realidade virtual e no metaverso, tem exigido um grande investimento, apesar de gerar receitas diminutas e de as perspectivas do mercado se terem degradado nos últimos meses. Alguns especialistas afirmam mesmo que este investimento na realidade virtual estará a esgotar a empresa, e que esta deve focar-se na sua atividade principal de forma a recuperar a sua forma financeira.

A nova “aventura” da empresa também não agrada os investidores, com as ações da empresa a desvalorizarem cerca de 60% desde o início do ano, uma queda muito superior à média da indústria.

Os analistas esperam que as receitas da empresa totalizem 27,41 mil milhões de dólares no terceiro trimestre deste ano, uma queda de cerca de 5,3% comparativamente ao mesmo trimestre do ano passado. É esperado também que os ganhos por ação rondem os 1,89 dólares por ação, bem abaixo dos 3,22 dólares que a empresa registou há um ano.

  • Amazon ($AMZN); 27 de outubro, 21h

É esperado que a empresa registe um aumento das receitas em todas as frentes. A sua principal atividade, o comércio eletrónico, deverá registar um aumento de vendas na ordem dos 8,5%. Para além disso, as receitas de serviços prestados a empresas terceiras deverão aumentar 17,5% e as receitas provenientes do seu serviço de subscrição, sustentado sobretudo pela Amazon Prime, deverá aumentar 13%. 

Aquele que é o principal responsável pelas receitas da empresa, AWS, a maior empresa de computação do mundo, espera-se que aumente as suas receitas em 30%. Também de realçar que as receitas por anúncios, uma área que atualmente representa um valor diminuto, mas que tem registado um maior crescimento, deverá registar um aumento de 24% este trimestre.

No entanto, nem tudo são boas notícias para a Amazon. Os seus lucros deverão ser afetados pelo fortalecimento do dólar e por um crescimento dos custos, que poderão ser 18% acima dos registados no mesmo período de 2021. A empresa tem feito esforços para limitar o aumento dos custos, revelando mesmo que os custos deverão ser 1,5 mil milhões de dólares abaixo dos custos do trimestre anterior.

Aquando da apresentação dos resultados do segundo trimestre em julho, a Amazon revelou também o guia para o que a empresa espera do terceiro trimestre. Segundo as expectativas da empresa, as vendas líquidas deverão situar-se entre os 125 e os 130 mil milhões de dólares (um crescimento entre os 13 e os 17% comparativamente ao mesmo período do ano passado) e o lucro operacional deverá variar entre os 0 e os 3,5 mil milhões de dólares (abaixo dos 4,9 mil milhões de dólares no mesmo período do ano passado).

Para os analistas, as receitas da empresa deverão situar-se nos 127,8 mil milhões de dólares (um aumento de 15,30% comparativamente ao mesmo período do ano passado) e os ganhos por ação deverão ser 0,22 dólares por ação (0,09 dólares abaixo do registado no mesmo período do ano passado).

Com o evento Prime Early Access, realizado no início do quarto trimestre a registar valores abaixo do esperado pela empresa, os eventos da Black Friday e da Cyber Monday, que se realizarão até ao final do ano, serão cruciais para as receitas da empresa no quarto trimestre do ano. Wall Street espera que a empresa anuncie que espera registar vendas líquidas no valor de 156,3 mil milhões de dólares e um lucro operacional de 4,7 mil milhões de dólares nos últimos 3 meses de 2022.

  • Apple ($AAPL); 27 de outubro, 21h30m

A Apple tem enfrentado os mercados dos seus principais produtos em queda. O mercado dos computadores portáteis têm enfraquecido e o mercado dos smartphones a diminuir 6,7% este ano. 

No entanto, a empresa tem superado essas adversidades, com as vendas dos Mac a aumentarem resultante de uma melhoria nas cadeias de distribuição na China e com a procura da linha de topo do novo iPhone 14 a superar as expectativas (mas com a procura pelos modelos básicos a desapontarem).

Segundo os analistas, as receitas da Apple do terceiro trimestre deverão totalizar 88,9 mil milhões de dólares (um aumento de 6.6% comparativamente ao mesmo período do ano passado) e os ganhos por ação deverão ser 1,27 dólares por ação (um aumento de 0,03 dólares comparativamente ao mesmo período do ano passado).

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