A start-up Hopin atinge valorização de 7,75 mil milhões de dólares

A pandemia de COVID-19 e as suas subsequentes restrições de distanciamento social obrigaram a grande maioria dos eventos em formato físico a ser adiados ou cancelados. Tal provocou um acentuado crescimento das empresas de software de videoconferência, como a Google ($GOOG), a Microsoft ($MSFT) ou a Zoom ($ZM). Outra empresa a crescer neste contexto foi a Hopin.

Não foram apenas as gigantes tecnológicas que beneficiaram das medidas restritivas. Exemplo disso é a Hopin, empresa detentora de uma plataforma online que tem por principal objetivo a realização de eventos em formato online

Fundada em 2019, apresentou um crescimento astronómico, o que a levou a ser reconhecida rapidamente como um unicórnio, atingindo uma valorização de 2 mil milhões de dólares em novembro de 2020 e de 5,65 mil milhões de dólares em março deste ano. Esta quinta-feira, dia 5 de agosto, a empresa comunicou que irá receber fundos da Arena Holdings e Altimeter Capital no valor de 450 milhões de dólares, que a levarão a atingir uma valorização de 7,75 mil milhões de dólares em apenas dois anos, tornando-se numa das mais valiosas empresas tecnológicas europeias. 

De modo a ilustrar o quão rápido foi o crescimento da Hopin, é possível verificar o número de pessoas que lá trabalham. Em março de 2020, a empresa detinha apenas 8 funcionários. Atualmente, conta com 800 empregados, sendo que todos trabalham remotamente. 

Quando Johnny Boufarhat fundou a empresa, a pandemia ainda não tinha começado. O empreendedor britânico referiu que teve a ideia e o impulso para a desenvolver após descobrir que sofre de uma doença auto-imune e que seria recomendável passar mais tempo em casa. 

O fundador afirmou ainda que “Sinto-me com sorte (…) Trabalha-se sempre intensamente e são tomadas decisões críticas para colocar os negócios em rumo. No entanto, existe sempre uma grande parte de sorte para se lá chegar”. Sobre o efeito da pandemia na performance da empresa, Boufarhat refere ainda que “A situação é triste, desejávamos que a Covid nunca tivesse acontecido. O nosso crescimento já estava bastante rápido antes da pandemia, mas obviamente que a Covid foi um grande acelerador”. De acordo com o Sunday Times Rich List, a valorização da empresa permitiu que Boufarhat se tornasse no mais novo self-made millionaire britânico. 

A plataforma da empresa permite organizar eventos online para até 100 mil pessoas, fazendo uso de ferramentas de conversação virtual e one-to-one networking. Conta com mais de 100 mil clientes, entre os quais a NATO e a American Express ($AXP), e com mais de 17 milhões de utilizadores registados.

Muitos perguntam se a empresa será capaz de continuar este ímpeto de crescimento quando já não estivermos nesta situação pandémica. O seu fundador acredita que “Quando amadurecermos como empresa, penso que iremos passar por um período de crescimento nem muito lento nem muito rápido, e depois iremos continuar com novos lançamentos”. Contudo, afirma que o futuro da empresa deverá passar por eventos “híbridos”, isto é, parte dos participantes comparecerão presencialmente e outra parte virtualmente. 

No que diz respeito a receitas, a empresa apresenta atualmente um Anual Recurring Revenues (ARR) de 100 milhões de dólares, o que representa um aumento em relação aos 70 milhões em março deste ano e aos 20 milhões em novembro de 2020. 

Esta métrica é comumente utilizada por empresas de software baseadas em registos de conta e indica o nível de receitas esperado para o período de um ano. Quanto à possibilidade de proceder a uma Initial Public Offering (IPO), Boufarhat pensa que poderá surgir num período entre 2 a 4 anos. 

Autor: João Rodrigues

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