Durante a reunião plenária de setembro, o Comité Económico e Social Europeu (CESE) debateu sobre a política de coesão da União Europeia (UE). Os participantes concluíram que a recuperação deve combater as desigualdades socioeconómicas exacerbadas pela crise da COVID-19.
A União Europeia é um espaço versátil, na medida em que reúne realidades diferentes, devido à multiplicidade de regiões que a integram. Hoje em dia, 27 países cooperam entre si para alcançar o desenvolvimento europeu. Contudo, nem todos os Estados-Membros enfrentam a mesma realidade.
Estas desigualdades, que podem estar relacionadas não só com o rendimento e a riqueza, mas também com uma variedade de aspetos como o acesso a serviços básicos, educação, infra-estruturas ou, até mesmo, relativamente a diferentes níveis de desenvolvimento socioeconómico, têm sido acentuadas devido à crise pandémica.
Elisa Ferreira, comissária europeia da Política de Coesão e Reformas, constatou que a crise da COVID-19 foi responsável, não só por agravar as desigualdades já existentes, como também por criar novas desigualdades, afetando, em particular, os trabalhadores na linha da frente, os grupos vulneráveis (idosos e pessoas com deficiência), pessoas com menos acesso aos serviços e todos aqueles que foram mais atingidos pelos efeitos do confinamento, como as mulheres e os jovens: “A nossa União é tão forte como o seu elo mais fraco. Combater e reduzir as desigualdades é uma condição indispensável para uma União forte e próspera. A justiça social e a inclusividade devem estar no cerne da nossa recuperação. Não podemos resolver os problemas sociais sem resolver as desigualdades territoriais e regionais. Temos de ter em conta os locais onde as pessoas vivem.”
Reforçar a coesão social, económica e territorial, e reduzir as disparidades regionais é o principal objectivo da política de coesão da UE. Sendo um importante instrumento para abordar as desigualdades regionais, esta política proporciona um vasto leque de apoio às empresas e atividades em áreas como a investigação, ambiente, transportes, emprego, inclusão social, educação e desenvolvimento de capacidades institucionais.
Assim, segundo Christa Schweng, presidente do CESE, a política de coesão demonstra-se fulcral para uma União Europeia pós-COVID-19, centrada na prosperidade, na inclusão e na sustentabilidade ambiental.
Autora: Jacinta Silva