A Ford vai sair da Índia. Porquê?

A Ford Motor Co ($F) vai pôr termo à produção de automóveis da marca na Índia e assumir perdas na ordem dos 2 mil milhões de dólares. 

Apesar da empresa ter entrado no mercado indiano há cerca de 25 anos, esta representa atualmente uma fatia de apenas 2% do total das vendas de automóveis no país, deitando assim por terra todos os seus esforços para convencer os consumidores indianos e a registar lucros na zona. 

A decisão anunciada publicamente na passada quinta-feira afeta cerca de 4.000 empregados do setor produtivo, centenas de stands automóveis e um número considerável de clientes. Apesar do investimento realizado pela empresa, na ordem dos 272 milhões de dólares, para abrir pontos de venda da marca, os quais empregaram cerca de 40.000 pessoas, o futuro é incerto não só para os trabalhadores, como também para os clientes. 

A Ford é a mais recente marca de automóveis norte-americana a abandonar a Índia, seguindo a Harley Davidson ($HOG), cuja saída aconteceu no inverno de 2020, e a General Motors ($GM), que saiu em 2017. 

Muitas marcas deste género foram aliciadas a entrar no mercado indiano devido a uma explosiva ascensão da classe média no país, que seria potencial compradora, e face a promessas do primeiro-ministro Narendra Modi, que facilitou o processo relacionado com a instalação e o decorrer do negócio. No entanto, o governo tem tido alguns problemas em remover barreiras e uma falta de procura acentuada desencorajou o investimento do setor privado. 

A Ford planeia um fecho de linhas de produção gradual, pelo que uma das principais fábricas deverá ser fechada ainda este ano, mas uma outra fábrica de veículos e motores em Gujarat deverá apenas cessar funções em meados de 2022. A empresa visa também reestruturar as suas operações no que concerne a veículos elétricos, tal como importar Mustangs para o país. 

Apesar de fontes governamentais elogiarem o ambiente da indústria indiana, tendo afirmado que os produtores automóveis têm tido espaço para crescer, as estatísticas demonstram que a procura por veículos novos tem decrescido nos últimos anos. Além disso, estas marcas enfrentam problemas como a escassez de chips para os seus computadores. 

Autor: Gil Neto

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