Atualmente, os chips estão presentes em tudo, desde as PlayStations e escovas de dentes até máquinas de lavar e despertadores, mas, infelizmente, não existem em quantidade suficiente para todos. Este é um problema multifacetado que não mostra sinais de melhoria. Os semicondutores continuarão escassos por algum tempo, de acordo com os analistas que acompanham o setor. Mas será que esta escassez global de chips possa durar muito mais?
“Como a procura permanecerá alta e a oferta permanecerá restrita, esperamos que esta escassez dure até 2022 e 2023″, diz Glenn O’Donnell, vice-presidente de pesquisa da Forrester, uma empresa de consultoria. Também espera que a procura por PCs, que contêm os chips mais avançados, “diminua um pouco”.
Entretanto, outro analista, Patrick Armstrong, CIO da Plurimi Investment Managers, pensa que a escassez apenas irá durar dezoito meses pois, “Agora não são apenas automóveis (…). Hoje em dia, existem tantos produtos que utilizam chips, muito mais do que alguma vez se viu no passado”.
A indústria automóvel foi sem dúvida o setor mais afetado por esta escassez global de chips. Várias empresas como a Ford, a BMW e a Volkswagen já realçaram o facto de conseguirem obter os semicondutores que precisam para fabricar novas viaturas.
Neste momento, a indústria dos chips está a tentar aumentar a sua capacidade de produção, mas a construção de novas fábricas leva tempo. A Intel anunciou em março que estava a planear gastar 20 mil milhões de dólares em duas fábricas no Arizona.
De acordo com Reinhard Ploss, chief executive da Infineon, uma fabricante de chips alemã, vai levar tempo até que a oferta e a procura estejam em equilíbrio. “Penso que dois anos é muito tempo, mas de certeza que vai chegar a 2022”, disse ele. “Penso que a capacidade adicional virá… Espero uma situação mais equilibrada no próximo ano civil”.
Autora: Mariana Sardinha
