Cripto e o mundo real
Quando se fala em criptomoedas as pessoas ainda pensam que é assunto para geeks ou então é algo que existe, mas não tem qualquer valor. Acima de tudo as pessoas julgam que o universo das criptomoedas não tem ligação com a vida real, com o seu quotidiano. Mas, basta estarem atentos para perceberem que as grandes marcas já estão na linha da frente da adopção da tecnologia blokchain e, por isso já começam a abraçar a chamada internet 3.0. deste modo, num futuro próximo, vamos, muito provavelmente, assistir ao surgimento do fenómeno dos chamados tokens sociais.
A web 3.0 e a devolução do poder ao utilizador
A internet 3.0 visa dar ao utilizador o poder de estabelecer relações pessoais, comerciais, profissionais (ou de qualquer outro tipo) com uma característica em comum: serem peer-to peer, pessoa-a-pessoa, ou seja, sem depender de intermediários! Com isso, a web 3.0 vem possibilitar que um qualquer artista, compositor, youtuber (…you name it) possa criar o seu próprio token, e usá-lo para monetizar o seu conteúdo.
Token social e o seu potencial disruptivo
Raoul Pal, um macro investidor de renome, corrobora a ideia do aparecimento destes tokens e sugere que os tokens “sociais ou de comunidade” têm um potencial disruptivo se introduzidos, por exemplo, em empresas como a Disney.
Mas afinal, o que é um token social?! Para perceberem este conceito pensem nos tokens sociais como os pontos do cartão que ganham quando vão fazer compras numa grande superficie comercial. Esses pontos acumulados permitem-vos ganhar um qualquer “faqueiro” com uma certa quantidade de pontos ou qualquer outro tipo de oferta. Do mesmo modo, os tokens sociais podem representar os pontos acumulados no cartão cada vez que fazem compras nessa superfície comercial e que representa a sua marca. Através deles, essa empresa cria uma série de vantagens para induzir as pessoas a acumularem esse token! Agora vamos transpor isso para um músico que crie uma criptomoeda/token com o nome dele ou da sua marca: quem tiver os tokens desse artista pode ter acesso a álbuns exclusivos ou até a um encontro cara-a-cara com esse músico… Enfim, as possibilidades de material exclusivo e ofertas de produtos são infinitas!
Democratização das redes sociais
Ao permitir artistas, marcas, empresas construir as suas próprias comunidades on-line com recurso à tecnologia blockchain, os tokens sociais contribuem para a democratização das redes sociais e conferem mais poder ao criador, aumentando os lucros que obtêm do seu trabalho. Isto porque remove o(s) intermediário(s) ao mesmo tempo que promove uma cultura de comunidade e de proximidade com o criador. Com o recurso à web 3.0 e aos tokens sociais o indivíduo retoma o controlo do poder do seu conteúdo perante a hegemonia de gigantes da tecnologia como google, facebook e outras.
Atualmente, o mercado está a desenvolver-se, ainda numa fase muito embrionária e experimental, mas à medida que a aceitação cresce, os tokens sociais podem tornar-se a próxima ponte para usuários não-cripto e ajudar a tornar as criptomoedas e a blockchain mainstream.
“Any new technology tends to go through a 25-year adoption cycle.”
— Marc Andreessen

Colunista Convidado MeuCapital | Entusiasta e Investidor em Criptomoedas
Nuno Abreu nasceu no Porto em 1986. Desde 2019 que se dedica ao estudo de criptomoedas e blockchain, num percurso auto-didata, tendo-se tornado investidor no que acredita ser uma revolução tecnológica em curso. O entusiasmo pela área levou à criação de um canal de YouTube dedicado a ajudar a população portuguesa a compreender o universo das criptomoedas, e está presente em várias plataformas sociais procurando motivar as pessoas a mudarem de mindset na área dos investimentos e a revolucionarem as suas vidas.