De acordo com as previsões do empresário norte-americano Ed Yardeni, espera-se que a economia consiga lidar com a inflação, que há muito foi classificada como um risco, devido ao comportamento consumista pós-quarentena.
Este economista, que já trabalhou nos maiores bancos de investimento como a Prudential e o Deutsche Bank, vê a pressão inflacionária como um subproduto temporário das reaberturas massivas e de uma liquidez sem precedentes.
“As pessoas continuarão a gastar. Muita da procura reprimida está a ser satisfeita por bens e serviços.” disse o Presidente da Yardeni Research. “Quando as restrições da quarentena foram levantadas, vimos um tremendo aumento nas compras, ação esta que liberta dopamina no cérebro. Muitas pessoas simplesmente desataram a correr para começar a comprar.” afirmou Yardeni. Segundo este, os bens foram os primeiros recursos a serem consumidos, seguidos dos serviços.
A confirmação de um forte período inflacionário veio da própria Wall Street, que justifica que os gastos de consumo privados (indicador analisado pela Reserva Federal dos Estados Unidos) foram o principal motivo para este fenómeno económico. É de realçar que a inflação subiu em 3,1%, mais rápido do que o esperado, comparativamente a abril do ano anterior.
Por outro lado, Yardeni espera que a procura abrande, até no mercado imobiliário, onde o preço dos imóveis está a subir de uma forma galopante. Tudo isto contribuiu para que a economia norte-americana apresentasse um Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, igual ao do período pré-pandemia. Para o empresário, a inflação apenas durará mais uns meses, pelo que depois também abrandará.
Quanto aos investimentos em títulos do Tesouro norte-americano, Yardeni espera que o rendimento dos títulos do Tesouro a 10 anos permanecerá “benigno”, apesar dos preços estarem em alta. Este prevê ainda que os rendimentos dos títulos que acabam em 2022 cheguem aos 2,5% ou 3%.
Uma vez que os rendimentos dos títulos do Tesouro apresentavam os mesmos níveis aquando o início da pandemia, o CEO da Yardeni Research não se mostra muito preocupado por esperar que os valores regressem “ao normal”.
Autor: David Graça
