A crise de combustível no Reino Unido

Ao longo dos últimos dias o cenário tem sido o mesmo um pouco por todo o Reino Unido: falta de combustível, filas intermináveis nos postos de abastecimento e preços a aumentar.

Este problema tem-se verificado particularmente nas grandes cidades como Londres, onde o trânsito tem aumentado cada vez mais. O pânico gerado entre os condutores, após ouvirem os relatos da escassez, terá agravado a afluência aos postos, com muitas pessoas desesperadas por encher o depósito com medo de que o combustível se esgote.

Esta falta de combustível deve-se, no entanto, à carência de motoristas de pesados no país. De acordo com o Governo britânico, não existe qualquer insuficiência de gasolina ou gasóleo nas refinarias, havendo sim dificuldades na sua distribuição devido à ausência de meios para os transportar.

Devido à pandemia da COVID-19, têm ocorrido atrasos na obtenção de licenças por parte de novos motoristas, ao mesmo tempo que grande parte dos que já se encontravam em atividade têm vindo a reformar-se. O Brexit poderá ter sido outro fator a contribuir para esta situação, uma vez que dos cerca de 100.000 motoristas em falta, estima-se que aproximadamente 20% tratar-se-ão de trabalhadores que abandonaram o Reino Unido após a sua saída da União Europeia. Esta falta de camionistas tem afetado também a indústria da restauração, dificultando a reposição de stocks.

De modo a conseguir combater este problema o Governo de Boris Johnson terá tomado medidas com o objetivo de acelerar o processo de obtenção da carta de pesados, terá aumentado o número de horas que os motoristas poderão trabalhar diariamente e ainda permitido a entrada no país a 5000 motoristas estrangeiros, com vistos temporários. O primeiro-ministro britânico afirmou na terça-feira que a situação está a “estabilizar e as pessoas devem estar confiantes e fazer a sua vida normalmente”.  De acordo ainda com Kwasi Kwarteng, Secretário de Estado Britânico para o Departamento de Estratégia Industrial, Energética e Negocial, a frota de navios-cisterna de reserva do governo irá entregar combustível ao longo dos próximos dias, de modo a atenuar esta crise, sendo que, caso a situação piore, terão ainda sido postos 150 navios-cisterna, pertencentes às forças armadas britânicas, em stand-by.

Autor: João Santos

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