3 razões para a queda da Tesla

A queda vertiginosa da Tesla ($TSLA) tem originado inúmeros debates – quer seja pela atuação da sua figura principal, Elon Musk, ou pela incerteza que vivemos nos mercados de capitais.
Estes têm sido dos tópicos mais relatados a nível mundial e, por isso, torna-se especialmente relevante reunir factos e desfocar a nossa atenção da especulação.
Que razões podemos identificar para o desaparecimento dos ganhos meteóricos da TESLA?

1. O contexto macroeconómico

Em primeiro lugar, parte da queda da ação é explicada pela subida das taxas de juro. Este comportamento típico em tempos de inflação reverte os investimentos de uma grande fatia da população para investimentos mais seguros. E, aqui, é natural que haja um crescente desinteresse por uma ação tão arriscada como a Tesla. Vivendo cada momento de Elon Musk ao pormenor, torna-se difícil encontrar um intervalo de tempo pautado pela tranquilidade.

Podemos analisar empresas que até estão a melhorar os seus processos e a lançar novos modelos ou produtos, mas que, pelo contexto geopolítico e macroeconómico, podem vir a apresentar perdas constantes na bolsa de valores.

2. O foco de Elon Musk

Muitos investidores sentiram que o CEO da Tesla, ao assumir a responsabilidade do Twitter, desinteressou-se momentaneamente pela inovadora empresa de software e carros elétricos que tão bem seguia. Esta aparente perda de foco, levou a uma queda no preço da ação da Tesla.

Deve salientar-se ainda que, após ter prometido que não voltaria a vender ações da Tesla, Elon Musk fecha 2022 com uma quantia de ações vendidas a perfazer 40 mil milhões de dólares. Tal só foi possível quebrando a promessa em Abril deste ano com os 15 mil milhões vendidos com o intuito de financiar o Twitter.

3. A fábrica de Shanghai

Shanghai está a demonstrar sinais de uma grande afluência aos hospitais e o número de casos de COVID-19 tem vindo a disparar. São cerca de um milhão os novos casos por dia, ao que acresce a probabilidade significativa deste número duplicar a meio de janeiro – de acordo com a agência Reuters.

O retrato do país origem da pandemia não torna surpreendente a queda da Tesla. A fábrica na cidade supramencionada é a mais eficiente da empresa – e a que consegue ter um menor custo por unidade produzida. Estes números começarão a competir com a fábrica de Berlim e Austin quando estas duas fábricas estiverem completamente operacionais e funcionais.

Não só a Tesla perde o poder conferido pela sua maior fábrica, como até vê rivais como a NIO a reconhecerem que será difícil atingir os planos previstos para os próximos resultados financeiros. A NIO reduziu a expectativa de produção de carros em 16,3% para o próximo trimestre. Não restam dúvidas que estamos num ambiente de difícil crescimento para ambas as empresas.

Conclusão

As razões apresentadas para a queda da ação demonstram como vários fatores estão a influenciar simultaneamente o preço de um dos ativos financeiros mais pretendidos pelo investidor comum. Resta-nos continuar a separar factos da especulação e entender o contexto macroeconómico, pandémico, e geopolítico, não tentando prever qual poderá ser a percentagem de queda da ação amanhã.

Esta poderá ser uma altura de atentar nas palavras de Peter Lynch e relembrar que:
“Muito mais dinheiro foi perdido por investidores a tentar antecipar correções, do que perdido nas próprias correções.”

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