Numa altura em que o “investimento” virou moda e a popularidade do termo “investir” nunca esteve em níveis tão altos em Portugal, começam a surgir riscos provenientes da falta de conhecimento e de cultura de investimento que o nosso país enfrenta – desde esquemas fraudulentos a crenças populistas de que os mercados financeiros são o veículo para a criação de riqueza a curto prazo.
O termo “investir” não é sinónimo de jogar, e fico chocado quando oiço pessoas a dizerem que “jogam na bolsa”. A abordagem convencional de comprar hoje para vender amanhã e dobrar o valor inicial não é investir!
Nos últimos meses, têm-se vindo a verificar que a fusão destes dois termos “jogar” e “investir” tem provocado uma autêntica desordem entre aqueles que estão a começar a ganhar interesse em mercados financeiros.
A verdade é que o processo de investimento não é assim tão simples nem linear como a maioria das pessoas pensa, pois caso contrário, não haveria a necessidade de existirem profissionais neste setor.
Não obstante, existem investidores de retalho (que não trabalham para instituições financeiras) que se revelam ser bem sucedidos a longo prazo, pois definem regras que vão aprendendo ao longo do tempo e que se vão ajustando consoante o seu perfil de investidor, desde o mais arrojado ao mais conservador.
Conhecimento
Eis um erro crasso que a grande maioria dos novos investidores tende a cometer quando se depara com um bull market, onde a capitalização do capital inicial revela-se, de certa forma, fácil. No entanto, em momentos de maior incerteza e instabilidade, a falta de experiência e conhecimento revela-se fundamental para evitar decisões pouco ponderadas e motivadas pelo medo. Na verdade, o conhecimento é algo que se está constantemente a adquirir. Para quem começa, é fundamental que consiga desenvolver bases sólidas para que possa desenvolver um sistema de negociação rentável e sustentável.
Experiência
A experiência é um ponto tão ou mais importante que o ponto referido anteriormente. É através da experiência no mercado que os investidores vão aprendendo a lidar com os períodos de maior incerteza e euforia (como num bull market). À medida que vão experienciando estas fases do mercado e tomando decisões, vão desenvolvendo também o seu perfil de investidor.
Para começar a ganhar esta experiência de mercado, não há nada melhor do que as contas demo. No fundo, nesta modalidade, é dado ao utilizador dinheiro virtual com o qual poderá “investir” no que quiser, desenvolvendo a sua estratégia sem os riscos associados à perda de dinheiro real. Algumas corretoras reguladas e autorizadas em Portugal, como a XTB por exemplo, já oferecem esta modalidade. Do que está à espera para começar?
Ousadia
Independentemente da experiência ou conhecimento que os investidores precisam de ter, têm também de ser ousados nas decisões que tomam. Muitas vezes, encarar o mercado de forma pouco ortodoxa ou diferente daquela que a maior parte vê não é sinal de estarem errados, é apenas uma questão de perspetiva. E é possível abordar o mercado de diversas maneiras.
Estes são os 3 pilares que considero serem fundamentais para qualquer bom investidor (ou trader). Agora, passo a bola para ti: já pensaste se passas por este processo de consciencialização antes de decidires investir?

Manuel Giões, 22 anos, natural de Évora. Licenciado em Gestão e Administração de Empresas na Católica Lisbon School of Business and Economics e frequenta o Mestrado em Finanças na Nova SBE. É diretor comercial do Thirst Project Portugal. Devido à sua experiência académica e profissional, procura pesquisar e aprofundar o seu conhecimento sobre tributação, tema sobre o qual dedica a maioria dos artigos escritos.