Os três mitos que frequentemente ouvimos falar no que diz respeito a investimentos em mercados financeiros.
Como em tudo na vida, por vezes pode ser difícil separar os factos da ficção. Quer sejamos meros novatos ou já tenhamos anos de experiência, dúvidas podem surgir quando o tema é acerca de mercados financeiros.
Estes 3 conselhos importantes certamente ajudarão a gestão da nossa carteira de forma a torná-la mais produtiva.
1) É preciso ter muito dinheiro para começar a investir
Uma das principais ideias erradas é o pensamento de que é preciso muito dinheiro para começar a investir.
Se considerar investir em ações individuais inteiras, o investimento poderá sair dispendioso dado que ações como as da Google ($GOOG) e da Amazon ($AMZN) estão avaliadas em valores tão elevados quanto 2000 e 3000 dólares, respetivamente.
No entanto, investir não tem de ser dispendioso, pelo que existem formas de começar a investir no mercado das ações por apenas alguns euros.
A primeira opção é investir em frações de ações. Assim em vez de investir numa ação única, estará a investir numa parte de uma ação da empresa. O processo é igual, investindo-se numa ação na íntegra ou numa parte desta, está igualmente sujeita às subidas e descidas do mercado.
A segunda opção é o investimento em índices, indicadores estes que são constituídos por milhares de empresas de indústrias distintas. Índices como o S&P500 são seguros e mostram não ter uma volatilidade elevada ao longo da última década. Consideram-se investimentos passivos, na medida em que não é necessário um gestor num processo constante de seleção das ações.
2) Para o sucesso é necessária muita pesquisa antes de investir
Se tem a ideia de fazer um investimento individual nalguma empresa em particular, será prudente e sensato fazer uma pesquisa detalhada do estado atual e das perspetivas futuras da mesma. Por exemplo, no setor automóvel, o lançamento de um novo modelo que a empresa e/ou os críticos considerem de qualidade pode ter bastante impacto na flutuação do preço da ação, sendo que também se deve ter em conta até que ponto é que estes novos produtos se diferenciarão da concorrência.
Se não estiver com disposição de uma pesquisa mais a fundo, existem alternativas rentáveis com uma volatilidade muito reduzida. Os investimentos em índices como o S&P 500 são fantásticos na medida em que não é preciso fazer muita pesquisa. Quando se investe neste fundo, investe-se em 500 grandes empresas em múltiplas indústrias.
Estes índices já proporcionam uma grande diversificação, logo não precisa de se preocupar com este aspeto da sua carteira. Quanto à volatilidade, os fundos rastreiam o mercado, ficando assim menos suscetíveis a grandes altos e baixos constantes. Em suma, tudo o que precisa de fazer é investir o seu dinheiro e depois deixá-lo em paz durante o máximo de tempo possível.
3) Um crash do mercado arruinará os seus investimentos
Tecnicamente, quando acontece um crash do mercado existe uma desvalorização generalizada da sua carteira, mas não se perde dinheiro a menos que se venda os investimentos.
Consideremos este exemplo. Se comprar 10 ações da empresa X ao preço de 100 dólares por ação, o seu investimento vale 1.000$. Agora, digamos que o mercado cai nas próximas semanas, a empresa X desvaloriza 40% e o preço das suas ações cai para 60 dólares por ação, sendo que o investimento vale agora apenas 600$. Se decidisse vender todas as suas ações a este preço, perderia 400$.
No entanto, o aconselhável é que, em vez de se tomar uma decisão precipitada, se espere até que o mercado recupere e que o preço das ações acabe por voltar à normalidade anterior.
Para ter uma ideia, todos os crashes do índice S&P 500 foram sempre seguidos de novos máximos históricos, provando assim que o mercado tende sempre a recuperar destes momentos.
O mundo do investimento pode ser por vezes confuso, porém estes 3 conselhos desbloqueiam algumas ideias e esclarecem alguns mitos quando o assunto é investir em mercados financeiros. Investir não é tão caro ou difícil como pode parecer inicialmente e, quanto mais cedo começar, melhor.
Autor: Daniel Branco | Fonte: The Motley Fool
